domingo, 29 de novembro de 2009

Voltando ao Pavilhão...

Nosso guia de informações para a realização deste trabalho, além da internet foi o livro "Exposição Mundial de Lisboa - Arquitectura". Este livro foi imprescindivel para nós, pois contém muitas informações sobre a Expo 98 e sobre a obra estudada.
Vejamos como o livro descreve o pavilhão, em algumas partes tentarei ilustrar a descrição com fotos.


O Pavilhão de Portugal é um edifício constituido por dois corpos separados por uma junta de “construção”. Um destes corpos é uma praça coberta, e o outro é o pavilhão propriamente dito, com os seus espaços expositivos, restaurantes e anexos. Álvaro Siza optou por caracterizálos diferentemente, não só por força do seu destino como, também, pela sua localização específica.
O corpo praça na qual decorrem cerimônias e outros acontecimentos públicos, é uma ampla área coberta (65x50 m) por um lençol de betão, que é constituido por uma fina lâmina deste material reforçada por tirantes de aço inoxidável que estão amarrados aos pórticos laterais.

Com os seus dois pisos acima do solo, o corpo-pavilhão é ligeiramente mais alto que o outro, chegando a estender uma pala sobre a “junta de construção”, com o que o arquitecto marca uma ligeira hierarquia na relação dos dois corpos.
Uma importante característica do corpo-pavilhão é a existencia de um pátio central, tal como em muitos edifícios portugueses do passado e até do presente, como é o caso dos conventos. Verifíca-se mesmo que este pátio segue o tipo corrente com o piso térreo mais denso e mais alto que o andar superior.

Em termos de percurso no pavilhão, os visitantes abrigam-se inicialmente sob o lençol de betão da praça, atravessam o pórtico situado mais ao norte, encontrando em seguida um átrio que abre para o espaço interior mais significativo do edifício, a sala hipostila, e saem pelo recesso na fachada norte. Os que se propõem comer no restaurane aberto ao público, sobem uma escada a partir de outro átrio, atrevessam uma sucessão de espaços, que formam um dos lados do andar do pátio, e chegam às salas de refeição que abrem em varanda corrida para a fachada poente.
Esta é protegida por um enorme e ligeiro pórtico junto a água, que é constituído por finas colunas de formas diversas e suporta uma larga pala que corre ao longo desta fachada, dobra para a fachada do norte e ternina no já referido recesso, marcando-o assim.

O plano da fachada norte define-se em diagonal, relativamente à dominante ortogonal do edificio, e acentua a abertura do eixo urbano da Estação do Oriente à Doca dos Olivais, Mas, curiosamente, os muretes, que parecem referir-se e alinhamentos de buxo dos jardins de solares e de palácios, adoçam e contrariam parcialmente esta afirmação de abertura.
A fachada norte prolonga-se para além da fachada nascente (a que dá para a Alameda dos Oceanos) através de um pequeno corpo semidestacado por uma passagem inferior - ao nível do piso térreo, que dispõe de um acesso para o primeiro piso.
Finalmente, a fachada que dá para a alameda - simples com as suas janelas de sacada no piso superior e dispostas em ritmo certo - define modestamente o plano mais visível do pavilhão ao visitante, que habitualmente vem pela alameda. Assim, deixando toda a atençao para a praça coberta, o verdadeiro portal de entrada, que é magnificado pela sua enorme dimensão e pela visível proeza técnica do lençol de betão, que parece quase suspenso no ar, numa ilusão reforçada pelos rasgos que permitem a entrada da luz solar ao longo da sua fixação aos pórticos.
A cobertura plana e continua do corpo-pavilhão, bem como a sua relativa pouca altura, que é aliada ao corpo-praça, aposta na extensão horizontal como afirmação monumental à escala da Exposição, factor que várias referências à tradição clássica reforçam, como, por exemplo, o embasamento em pedra, os pórticos, ou o ritmo certo das janelas.
Como apreciação global desta obra, pode-se dizer que nela a complexidade é patente na multiplicidade de relações de escala que estabelece, na sensibilidade à envolvente, quer em termos expressivos, quer em termos climáticos, e na procura de raízes culturais onde certos traços tipológicos ancorados na História são explícitos mas combinados com os rasgos modernos, como o lençol de betão.

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