hj é o grande dia da apresentação... mas ainda não vamos mostrar fotos da nossa maquete, um pouco de suspense não faz mal a ninguém. Só postaremos depois da nossa apresentação.
A maquete deu um pouco de trabalho para fazer, no início pensávamos que o pavilhão era um edificio bem simples de fazer mas ao poucos percebemos os traços modernistas que Álvaro Siza deu nele. Os materiais usados foram polietileno, isopor, acetato, palitos e tintas.
É isso.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
mais informações - A Exposição Internacional de Lisboa 1998
A Exposição Internacional de Lisboa teve como tema: Os Oceanos, Um Patrimônio para o Futuro – considerando-os uma importante reserva natural e um mundo ainda a ser descoberto, necessário para a sobrevivência da humanidade. O maior objetivo dos países participantes deveria ser, então, a busca de soluções e iniciativas a respeito que pudessem despertar a consciência ecológica nos visitantes do evento.
Porém, a concepção da Expo’98 revela-se um projeto mais amplo, um projeto global, estratégico para Portugal e para Lisboa, porque nele se incluem dois projetos intrínsecos: a realização da Exposição Internacional de Lisboa e a regeneração urbana de uma área de cerca de 340 hectares, localizada privilegiadamente na parte oriental da cidade de Lisboa, junto ao rio Tejo. Os objetivos de Portugal quanto a realização da exposição mostram-se bastante parecidos com os objetivos da Espanha e a realização da Exposição Universal de Sevilha em 1992. Isto na medida em que Portugal também entrava para a Comunidade Européia e queria mostrar aos demais países e ao mundo sua capacidade econômica e cultural. Desejava celebrar igualmente sua posição geográfica e seu legado histórico. E, por que não, também, toda sua capacidade urbanística e arquitetônica. O projeto de regeneração urbana permitiu criar uma estrutura organizativa e econômico-financeira capaz de acolher todos os valores implicados na realização da exposição.
Aspectos antecedentes
A Exposição Internacional de Lisboa teve sua candidatura apresentada em 1989, dando continuidade a um grande trabalho de planejamento, concepção, construção e gestão que procurava, entre outros objetivos, promover o encontro da cidade com o seu rio. A aprovação por parte do BIE (Bureau International des Expositions), órgão encarregado de organizar as expsoições, deu-se em 1992 já com o estudo preliminar urbanístico aprovado.
Para a empreitada os organizadores da exposição basearam-se em alguns exemplos de transformações urbanas antecedentes que, de certa forma, tornaram-se paradigmáticos: positivamente, Barcelona e a celebração dos Jogos Olímpicos de 1992, que foi capaz de transformar a cidade e sua imagem com êxito através de uma política hábil e da participação efetiva de seus cidadãos; por outro lado, negativamente, Londres e as Docklands, onde o uso do solo apresenta-se pouco ou nada miscigenado e o investimento em infra-estrutura de transportes foi bastante tímido; e Sevilha e a Exposição Universal de 1992, onde a opção de transformar-se num novo Silicon Valley mostrou-se frustrada e o seu método de financiamento, não muito claro.
Ressalta-se a excelente oportunidade do país mostrar sua aptidão nas áreas do urbanismo e da arquitetura. O primeiro através da realização do plano e do projeto de ocupação da área da exposição e de todo seu entorno e a importância de revitalizar uma área da cidade, de grande potencial, esquecida e degradada. Assim como a organização da exposição que permitiu a cidade impulsionar a transformação urbana através de grandes infra-estruturas. O segundo nas inúmeras obras provocadas pela realização do evento, sejam elas de infra-estrutura, como a nova linha do metro e todas as suas estações, ou no recinto propriamente dito, com obras do porte do Pavilhão de Portugal, projeto de Álvaro Siza.
(...)
fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq038/arq038_02.asp
Porém, a concepção da Expo’98 revela-se um projeto mais amplo, um projeto global, estratégico para Portugal e para Lisboa, porque nele se incluem dois projetos intrínsecos: a realização da Exposição Internacional de Lisboa e a regeneração urbana de uma área de cerca de 340 hectares, localizada privilegiadamente na parte oriental da cidade de Lisboa, junto ao rio Tejo. Os objetivos de Portugal quanto a realização da exposição mostram-se bastante parecidos com os objetivos da Espanha e a realização da Exposição Universal de Sevilha em 1992. Isto na medida em que Portugal também entrava para a Comunidade Européia e queria mostrar aos demais países e ao mundo sua capacidade econômica e cultural. Desejava celebrar igualmente sua posição geográfica e seu legado histórico. E, por que não, também, toda sua capacidade urbanística e arquitetônica. O projeto de regeneração urbana permitiu criar uma estrutura organizativa e econômico-financeira capaz de acolher todos os valores implicados na realização da exposição.
Aspectos antecedentes
A Exposição Internacional de Lisboa teve sua candidatura apresentada em 1989, dando continuidade a um grande trabalho de planejamento, concepção, construção e gestão que procurava, entre outros objetivos, promover o encontro da cidade com o seu rio. A aprovação por parte do BIE (Bureau International des Expositions), órgão encarregado de organizar as expsoições, deu-se em 1992 já com o estudo preliminar urbanístico aprovado.
Para a empreitada os organizadores da exposição basearam-se em alguns exemplos de transformações urbanas antecedentes que, de certa forma, tornaram-se paradigmáticos: positivamente, Barcelona e a celebração dos Jogos Olímpicos de 1992, que foi capaz de transformar a cidade e sua imagem com êxito através de uma política hábil e da participação efetiva de seus cidadãos; por outro lado, negativamente, Londres e as Docklands, onde o uso do solo apresenta-se pouco ou nada miscigenado e o investimento em infra-estrutura de transportes foi bastante tímido; e Sevilha e a Exposição Universal de 1992, onde a opção de transformar-se num novo Silicon Valley mostrou-se frustrada e o seu método de financiamento, não muito claro.
Ressalta-se a excelente oportunidade do país mostrar sua aptidão nas áreas do urbanismo e da arquitetura. O primeiro através da realização do plano e do projeto de ocupação da área da exposição e de todo seu entorno e a importância de revitalizar uma área da cidade, de grande potencial, esquecida e degradada. Assim como a organização da exposição que permitiu a cidade impulsionar a transformação urbana através de grandes infra-estruturas. O segundo nas inúmeras obras provocadas pela realização do evento, sejam elas de infra-estrutura, como a nova linha do metro e todas as suas estações, ou no recinto propriamente dito, com obras do porte do Pavilhão de Portugal, projeto de Álvaro Siza.
(...)
fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq038/arq038_02.asp
Localização dos edifícios e pavilhões no Parque das Nações
implantação da Exposição Internacional de Lisboa, 1998 junto ao Rio Tejo.
Legenda:
1 – Estação Oriente
2 – Edifício Administrativo
3 – Porta VIP
4 – Porta do Sol
5 – Porta do Norte
6 – Porta do Mar
7 – Porta do Tejo
8 – Oceanário
9 – Pavilhão de Portugal
10 – Pavilhão do Conhecimento dos Mares
11 – Pavilhão das Utopias
12 – Pavilhão do Futuro
13 – Pavilhão da Realidade Virtual
14 – Área Internacional Norte
15 – Área Internacional Sul
16 – Área das Organizações
17 – Área das Organizações Internacionais
18 – Torre Vasco da Gama
19 – Praça Sony
20 – Jardins Orta Garcia
21 – Restaurante/Anfiteatro nas Docas
22 – Teatro Camões
23 – Marina
domingo, 29 de novembro de 2009
croquis
Planta baixa e corte
Voltando ao Pavilhão...
Nosso guia de informações para a realização deste trabalho, além da internet foi o livro "Exposição Mundial de Lisboa - Arquitectura". Este livro foi imprescindivel para nós, pois contém muitas informações sobre a Expo 98 e sobre a obra estudada.
Vejamos como o livro descreve o pavilhão, em algumas partes tentarei ilustrar a descrição com fotos.
O Pavilhão de Portugal é um edifício constituido por dois corpos separados por uma junta de “construção”. Um destes corpos é uma praça coberta, e o outro é o pavilhão propriamente dito, com os seus espaços expositivos, restaurantes e anexos. Álvaro Siza optou por caracterizálos diferentemente, não só por força do seu destino como, também, pela sua localização específica.
O corpo praça na qual decorrem cerimônias e outros acontecimentos públicos, é uma ampla área coberta (65x50 m) por um lençol de betão, que é constituido por uma fina lâmina deste material reforçada por tirantes de aço inoxidável que estão amarrados aos pórticos laterais.
Com os seus dois pisos acima do solo, o corpo-pavilhão é ligeiramente mais alto que o outro, chegando a estender uma pala sobre a “junta de construção”, com o que o arquitecto marca uma ligeira hierarquia na relação dos dois corpos.
Uma importante característica do corpo-pavilhão é a existencia de um pátio central, tal como em muitos edifícios portugueses do passado e até do presente, como é o caso dos conventos. Verifíca-se mesmo que este pátio segue o tipo corrente com o piso térreo mais denso e mais alto que o andar superior.
Em termos de percurso no pavilhão, os visitantes abrigam-se inicialmente sob o lençol de betão da praça, atravessam o pórtico situado mais ao norte, encontrando em seguida um átrio que abre para o espaço interior mais significativo do edifício, a sala hipostila, e saem pelo recesso na fachada norte. Os que se propõem comer no restaurane aberto ao público, sobem uma escada a partir de outro átrio, atrevessam uma sucessão de espaços, que formam um dos lados do andar do pátio, e chegam às salas de refeição que abrem em varanda corrida para a fachada poente.
Esta é protegida por um enorme e ligeiro pórtico junto a água, que é constituído por finas colunas de formas diversas e suporta uma larga pala que corre ao longo desta fachada, dobra para a fachada do norte e ternina no já referido recesso, marcando-o assim.
O plano da fachada norte define-se em diagonal, relativamente à dominante ortogonal do edificio, e acentua a abertura do eixo urbano da Estação do Oriente à Doca dos Olivais, Mas, curiosamente, os muretes, que parecem referir-se e alinhamentos de buxo dos jardins de solares e de palácios, adoçam e contrariam parcialmente esta afirmação de abertura.
A fachada norte prolonga-se para além da fachada nascente (a que dá para a Alameda dos Oceanos) através de um pequeno corpo semidestacado por uma passagem inferior - ao nível do piso térreo, que dispõe de um acesso para o primeiro piso.
Finalmente, a fachada que dá para a alameda - simples com as suas janelas de sacada no piso superior e dispostas em ritmo certo - define modestamente o plano mais visível do pavilhão ao visitante, que habitualmente vem pela alameda. Assim, deixando toda a atençao para a praça coberta, o verdadeiro portal de entrada, que é magnificado pela sua enorme dimensão e pela visível proeza técnica do lençol de betão, que parece quase suspenso no ar, numa ilusão reforçada pelos rasgos que permitem a entrada da luz solar ao longo da sua fixação aos pórticos.
A cobertura plana e continua do corpo-pavilhão, bem como a sua relativa pouca altura, que é aliada ao corpo-praça, aposta na extensão horizontal como afirmação monumental à escala da Exposição, factor que várias referências à tradição clássica reforçam, como, por exemplo, o embasamento em pedra, os pórticos, ou o ritmo certo das janelas.
Como apreciação global desta obra, pode-se dizer que nela a complexidade é patente na multiplicidade de relações de escala que estabelece, na sensibilidade à envolvente, quer em termos expressivos, quer em termos climáticos, e na procura de raízes culturais onde certos traços tipológicos ancorados na História são explícitos mas combinados com os rasgos modernos, como o lençol de betão.
Vejamos como o livro descreve o pavilhão, em algumas partes tentarei ilustrar a descrição com fotos.
O Pavilhão de Portugal é um edifício constituido por dois corpos separados por uma junta de “construção”. Um destes corpos é uma praça coberta, e o outro é o pavilhão propriamente dito, com os seus espaços expositivos, restaurantes e anexos. Álvaro Siza optou por caracterizálos diferentemente, não só por força do seu destino como, também, pela sua localização específica.
O corpo praça na qual decorrem cerimônias e outros acontecimentos públicos, é uma ampla área coberta (65x50 m) por um lençol de betão, que é constituido por uma fina lâmina deste material reforçada por tirantes de aço inoxidável que estão amarrados aos pórticos laterais.
Com os seus dois pisos acima do solo, o corpo-pavilhão é ligeiramente mais alto que o outro, chegando a estender uma pala sobre a “junta de construção”, com o que o arquitecto marca uma ligeira hierarquia na relação dos dois corpos.
Uma importante característica do corpo-pavilhão é a existencia de um pátio central, tal como em muitos edifícios portugueses do passado e até do presente, como é o caso dos conventos. Verifíca-se mesmo que este pátio segue o tipo corrente com o piso térreo mais denso e mais alto que o andar superior.
Em termos de percurso no pavilhão, os visitantes abrigam-se inicialmente sob o lençol de betão da praça, atravessam o pórtico situado mais ao norte, encontrando em seguida um átrio que abre para o espaço interior mais significativo do edifício, a sala hipostila, e saem pelo recesso na fachada norte. Os que se propõem comer no restaurane aberto ao público, sobem uma escada a partir de outro átrio, atrevessam uma sucessão de espaços, que formam um dos lados do andar do pátio, e chegam às salas de refeição que abrem em varanda corrida para a fachada poente.
Esta é protegida por um enorme e ligeiro pórtico junto a água, que é constituído por finas colunas de formas diversas e suporta uma larga pala que corre ao longo desta fachada, dobra para a fachada do norte e ternina no já referido recesso, marcando-o assim.
O plano da fachada norte define-se em diagonal, relativamente à dominante ortogonal do edificio, e acentua a abertura do eixo urbano da Estação do Oriente à Doca dos Olivais, Mas, curiosamente, os muretes, que parecem referir-se e alinhamentos de buxo dos jardins de solares e de palácios, adoçam e contrariam parcialmente esta afirmação de abertura.
A fachada norte prolonga-se para além da fachada nascente (a que dá para a Alameda dos Oceanos) através de um pequeno corpo semidestacado por uma passagem inferior - ao nível do piso térreo, que dispõe de um acesso para o primeiro piso.
Finalmente, a fachada que dá para a alameda - simples com as suas janelas de sacada no piso superior e dispostas em ritmo certo - define modestamente o plano mais visível do pavilhão ao visitante, que habitualmente vem pela alameda. Assim, deixando toda a atençao para a praça coberta, o verdadeiro portal de entrada, que é magnificado pela sua enorme dimensão e pela visível proeza técnica do lençol de betão, que parece quase suspenso no ar, numa ilusão reforçada pelos rasgos que permitem a entrada da luz solar ao longo da sua fixação aos pórticos.
A cobertura plana e continua do corpo-pavilhão, bem como a sua relativa pouca altura, que é aliada ao corpo-praça, aposta na extensão horizontal como afirmação monumental à escala da Exposição, factor que várias referências à tradição clássica reforçam, como, por exemplo, o embasamento em pedra, os pórticos, ou o ritmo certo das janelas.
Como apreciação global desta obra, pode-se dizer que nela a complexidade é patente na multiplicidade de relações de escala que estabelece, na sensibilidade à envolvente, quer em termos expressivos, quer em termos climáticos, e na procura de raízes culturais onde certos traços tipológicos ancorados na História são explícitos mas combinados com os rasgos modernos, como o lençol de betão.
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